Bom dia, menina!

Não sei porque hoje me lembrei de um senhor que morava aqui perto de casa, um vizinho bem idoso que todos os dias, muito cedo ficava sentado na porta de casa tomando sol.

Sempre quando eu perdia a hora, passava correndo na frente da sua casa para pegar o ônibus, todas as manhãs ele me dizia: "Bom dia, menina!", com aquela voz fraca e rouca. E eu o retribuía sempre sorrindo.

Era um ato simples do cotidiano, mas que me avivava um sentimento de ternura. Isso eram todos os dias. E me acostumei. A gente se acostuma fácil com coisas boas. E mesmo nos dias nublados e chuvosos, estava ele lá: "Bom dia, menina!"

Até que um dia parei de ouvi-lo. O vizinho havia partido e levou meu "bom dia, menina", pra sempre.

Aprendi que o mínimo que temos, podemos doar sem interesse e sem esforço. Agora saio e não costumo mais ouvir um "bom dia" pelas ruas... talvez estejamos perdendo a essência da vida, detalhes tão simples e singelos que deixamos escapar pela agressividade e individualismo do dia a dia.

Ultrapassemos a barreira virtual e desejemos também bom dia às pessoas que estão ali. Faz bem! :)
BOM DIA!

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