Hoje, feriado da Consciência Negra, cedo dentro do ônibus me deparo com uma cena: uma mulher negra cantando Elis Regina, "Como nossos pais". Retirei meu fone de ouvido, a voz era de arrepiar e ecoava na acústica do busão. Com fome e recolhendo as contribuições ali, ela disse que precisava comer e tomar banho, dignidade básica que estava lutando pra ter porque não conseguiu vaga no albergue.
Grávida de gêmeos falou que sentia vergonha mas estava batalhando pelo pão com aquilo que Deus lhe deu de melhor. Linda sua voz, moça! Ela sorriu e disse que melhor que minhas moedas, foi meu elogio.
Aaahhhh, a gente não precisa de muito, não, só olhar pelo outro, assim a vida vai...de luta, coragem e algumas doses de delicadeza e simplicidade.
:)
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