
Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol e Antes da Meia-Noite...trilogia, que pude acompanhar e sem dúvida, foi amor a primeira vista! Não é por menos, que de todos, o meu preferido foi o primeiro filme.
Bom, para quem já assistiu ou quem não sabe exatamente do que se trata, essa trilogia conta a história de um jovem casal que se conhece por acaso (ou destino, não sei), em uma viagem de trem. Em uma das paradas, em Viena, Jesse que é americano, desembarca e Celine, francesa, aceita descer e caminhar pela cidade até o anoitecer, a fim de se conhecerem e aproveitarem o pouco tempo que resta para fazerem planos e idealizações a respeito do amor.O filme é puro diálogo filosófico sobre o amor romântico, a inocência, o papel do homem e da mulher.Umas das minhas cenas preferidas é quando eles entram numa loja de discos e começam e escutar uma canção, e Celine o fita não o deixando perceber, Jesse tenta olhá-la sem conseguir cruzar os olhares, puro flerte! Outra cena é quando eles entram para tomar um café e Celine e Jesse forjam ligarem para seus melhores amigos, contando da aventura que estão vivendo. O final do filme talvez seja o mais emocionante de todos, pois é quando o belo e jovem casal, antes de se separarem, prometem se encontrarem seis meses depois, sem trocarem telefone ou qualquer contato; apenas confiam no destino, com a esperança de se reencontrarem novamente. Uma difícil despedida faz com que se separam agora; e fica a dúvida do voltar a se encontrarem naquela estação.
Já em "Antes do Por do Sol", o tão esperado reencontro acontece nove anos depois, e ironicamente na cidade considerada mais romântica de todas: Paris! Os personagens estão mais maduros e construíram uma vida, mas a pergunta paira, será que algum deles foi ao encontro marcado na estação de trem há nove anos atrás??? Sim, por imprevistos da vida, Jesse vai mas Celine, não, pois é o dia que tem que ir ao enterro de sua avó. Da tentativa frustada do reencontro ao reencontro atual, ela se lastima por não ter ido, e fica deprimida por saber que poderia ter mudado sua vida, se tivesse ido se encontrar com Jesse na estação. Ele hoje é um renomado escritor casado e pai de um menino, mas que não está feliz no casamento, enquanto ela, vive em Paris e feliz pela realização profissional, mas insatisfeita com o relacionamento que tem com o namorado. Já nesse filme, o diálogo é mais denso sobre o questionamento da vida, sobre suas armadilhas, sobre a perda do amor romântico com as desilusões. A cena termina brilhantemente, quando Celine canta e dança para Jesse o alertando que ele perderá o voo. Fica no ar a questão: será que ele ficou ou será que ele teve que correr para pegar o avião? Mas o diretor deixa escapar sutilmente, uma pista do que poderá acontecer, quando na trilha sonora de Nina Simone (Just in Time), felizmente responde a pergunta.
E aguardadíssimo, a ultima tomada, "Antes da Meia-Noite", fecha a trilogia com todo estilo e coloca todos os pontos nos "is" nas questões estratégicas que mantêm viva um relacionamento duradouro. Para a felicidade dos fãs, Jesse fica finalmente com Celine e já é pai de duas linda gêmeas. Eles moram em Paris, mas estão de férias em uma cidade na Grécia, como característica típica, as cenas se passam em uma bela cidade. Jesse carrega a culpa de ser um pai ausente para seu filho que deixou nos EUA. Aqui, encontramos uma Celine irredutível e que não abre mão de sua vida na França para mudar de país como gostaria Jesse. O diálogo entre os dois é cheio de acusações e palavras duras, é a realidade da vida, sem mais ilusões, antes visto nos outros filmes e que agora perdeu-se pelas cobranças da rotina de viverem juntos e terem que sacrificar alguns pontos difíceis que até o momento estava coberto com um lençol, prestes a explodir, e explodiu. Este filme é o mais atípico da série, pois algumas cenas, acontecem fora do foco do casal,e há diálogos entre outros personagens. A paisagem é importante e conseguimos visualizar uma cena mais global que inclui não só o casal, mas todo o seu meio. Mas mesmo com esse diálogo mais ríspido e até mais acusativo, Jesse ainda guarda na manga, o seu lado romântico e fecha com chave de ouro a saga com a maior prova de amor que poderia fazer, aprendeu a reconquistar a mulher da sua vida e a passar por cima de todas as dificuldades, demonstrando que a vida, apesar de tudo, não pode ser perfeita.
Sensacional a visão que o diretor Richard Linklater tem do retrato do amor em todas as fases dos 20, 30 e 40. Para mim, chega próximo a um casal comum, onde conseguimos nos ver, e não cria aquele casal hollywoodiano, com final "felizes para sempre". Com certeza temos algo de Jesse e de Celine dentro de nós e talvez, seja essa a simples fórmula que fez o sucesso dessa trilogia que está marcada com as melhores que pude assistir (já perdi as contas),e acompanhar, juntamente com seus personagens que vimos crescer e amadurecer em vários aspectos da vida que nos permeiam.
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