Lendo esses parágrafos, alguém ainda duvida que o verdadeiro amor não exista?
Uma relíquia! Essa carta faz parte da história de amor de meus pais. Uma linda carta, com um belo desfecho: juntos e caminhando para o 50 anos de casado. Essa história a faço pública, pois mesmo não sendo exatamente minha, a tenho como parte da minha vida.
Ela foi datilografa em 1961, por meu pai com apenas 20 anos e, foi destinada à minha mãe. Era uma época em que o amor inocente ainda existia, um amor puro, que se pode medir nas palavras expressas. Foi um pedido de namoro, uma declaração ainda que tímida, mas cheia de graça e de ternura. Coisas que não se vê mais hoje em dia. Fico imaginando a emoção que minha mãe teve ao lê-la enquanto trabalhava e de quão alegre ficou seu dia!
O que existia em 1961 e que já não se encontra mais cinquenta anos depois? As pessoas hoje, parecem mais frias ou mais diretas ou mais receosas ou mais sem imaginação ou mais sem vontade de arriscar...interrogação. E a desculpa de que as cartas estão extintas quando estamos em meio a tantos recursos tecnológicos para expressar as emoções como e-mails, torpedos, scraps...não é pretexto para os apaixonados não exporem seus sentimentos e se expressarem com as palavras. Talvez, o caso seja mais grave e os românticos estejam em extinção!
No entanto, ainda tenho esperança que histórias como essa e personagens como esses, possam existir perdidos em meios a tantas inovações. Talvez, fosse contraditório exigir tal atitude, quando estamos no século da comunicação instantânea, do twittar e tal. Mas seja ela datilografada, escrita a mão ou digitada, no fundo tem o mesmo efeito para quem as recebe, pois são as palavras que a fazem vivas, com um valor impagável na memória. E quão agradável é ler palavras apaixonadas e atrevidas!
Como já dizia Pessoa:
"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas." - Álvaro de Campos
segue lá: http://vejaporesteponto.blogspot.com.br/
ResponderExcluirbeijos!