Escrevo hoje, apesar de uns meses em atraso sobre minha viagem a Bolívia -La Paz no período do Carnaval.
Foi uma viagem muito engraçada, renovadora e que superou todas as minhas expectativas.
O mais engraçado era explicar aos bolivianos que trabalhavam no aeroporto, nossa ida para Bolívia justo no Carnaval, quando para eles, temos o melhor carnaval do mundo. Era certo também que carnaval, para eles, era sinônimo de libertinagem e mulheres peladas andando no meio da rua. Até tentei explicar e convencer um boliviano, de que estávamos fugindo do agito do carnaval do Brasil, mas logo fui surpreendida com a resposta: Podemos indicar alguns conventos por aqui....piada!
Fizemos a primeira parada em Santa Cruz de la Sierra, o tempo ainda estava quente. Porém, uma hora depois, ao chegarmos à capital, já estava 11C . Já sentia a sensação da altitude andina, falta de ar e olhos bem vermelhos. Pegamos um taxi, e logo pelo caminho já vi imagens bem inusitadas, como o louco transito boliviano, pessoas dançando na rua e morros e mais morros. A cidade ocupa um vale e a visão é surpreendente. Ficamos hospedados no Hotel Sagarnaga, bem no centro turístico de La paz. Lá, o carnaval é muito ingênuo e engraçado: homens e crianças, saem às ruas e lançam jatos de água e espuma entre as pessoas que estão na rua. Uffa, que não fui alvo, mas a Cris e o Rolf não escaparam da brincadeira. As pessoas também aproveitavam os dias de folga e bebiam até cair na sarjeta, literalmente! Era hilário o número de homens e mulheres sendo carregadas no meio da rua!
No primeiro dia de passeio, ficamos no centro, e pudemos conhecer a plaza Murilo, ao Mercado de las Brujas (que vendiam filhotes de lhamas empalhados), a culinária boliviana como a carne de lhama, além do mirador Killi Killi. Otimos pontos turísticos! A noite, fomos caminhar um pouco pelas redondezas (já que os funcionários do hotel, nos recomendaram cuidado naquela região, pois era visada pelo concentração de turistas), e buscamos algo para comer. Nos deparamos com uma lanchonete até que agradável, e pedimos umas empanadas e bebidas. Estaria tudo perfeito se não fosse a inusitada bebida: Sprite e Coca, ou melhor, ÁGUA e Coca com água. Tomei um gole da minha Sprite que estava numa garrafa de vidro, (que por sinal, veio já aberta), e gritei pasma: "É água!". Meus companheiros não quiseram acreditar, até provarem....que tosco! Lógico que reclamamos com o dono do bar que culpou o pobre caminhão que distribui os engradados....É, lá não se podia confiar nas garrafas, por isso depois desse incidente só pedíamos bebidas em latinhas.
No dia seguinte, depois do café da manhã a base de chá de coca, muito recomendado para suportar a altitude, (aliás, foi o que mais bebi na viagem para minimizar o mal estar), fomos de excursão para Copacabana e la Isla del Sol. Nosso guia Abraán, muito animado e não parava de falar durante a viagem, nos acompanhou ate Copacabana, quando tivemos que usar uma embarcação para atravessar o lago Titicaca (que mais parece um mar de tão grande), e chegar depois à Isla del Sol. Passeio indescritível!!! Com muita disposição do nosso guia, ele nos levou para escalar uma montanha da Isla até chegar as ruínas incas no meio da ilha...sensação de voltar no tempo, tudo muito lindo. O passeio durou algumas horas e muito pouco ar, pois o ritmo era muito acelerado para voltarmos com a embarcação que nos esperava no horário, só aventura! Tudo valeu a pena e nem dei credito ao mal estar que passei depois da viagem, minha cabeça parecia que ia estourar de tão dolorida que estava, mal conseguia abrir o olho...estava tão mal, que imaginava que o hotel não chegaria nunca. Ainda pegamos um táxi que aceitou levar todos nós (ao todo 6 pessoas) e chegamos no Sagarnaga as 22h, só tempo de se ajeitar e dormir.
O outro dia, já com as pilhas recarregadas pegamos outra excursão com a guia Teresa e partimos para Chacaltaya e o Valle de la Luna. Fui toda preparada para enfrentar a montanha de neve e subir os 5.300mts de altitude. Nosso meio de transporte foi a famosa "buceta", van popular boliviana e com um nome muito sugestivo...e depois de uma parada para mais umas folhas de coca, subimos rumo a Chacaltaya. Impressionante, a neve! Foi minha primeira vez e inesquecível! Escalamos a montanha, com um ritmo de velhos, a cada 5 passos parávamos para descansar e respirar. O ar era muito rarefeito e por isso, por sugestão da própria guia, fizemos nosso próprio ritmo. Mas a sensação de superar os limites e chegar nas nuvens, valeriam a pena. Chegamos no cume da montanha, exaustos mas com uma leveza tremenda de ter conseguido superar a altitude e a neve pelo caminho. Quando estávamos descendo, começou a nevar, pequenos floquinhos de neve começou a cair e a premiar nosso esforço. Fenomenal!!!
De la, partimos para o outro extremo da Bolívia, o Valle de la Luna. Um sitio arqueológico, de formações rochosas, clima muito seco e calor, totalmente oposto ao Chacaltaya, também, muito recomendado. Voltamos ao anoitecer ao hotel satisfeitos pelas experiências vividas naquele lugar mágico.
Já estávamos no nosso último dia de viagem. Era hora de voltar, no entanto, foram dias que valeram a pena, por termos encontrado tantas opções de passeios e descobrirmos um povo apesar de pobre, muito humilde, simpático e hospitaleiro. Saudades deixei por lá, mas tenho planos de retornar para conhecermos o Salar de Ayuni (deserto do sal), que tivemos que abortar dos nosso planos por causa do mau tempo que estava por lá. Bolívia, um país de extremos, precarização dos serviços públicos, gente trabalhadora, animada e religiosa. Lugar onde as mulheres (cholas) são mais fortes que os homens, pois sustentam a casa com trabalhos artesanais e no campo. A altitude divide as classes sociais, ou seja, quanto mais alto se mora, mais pobre é. O bairro de Miraflores é onde mora a classe A da Bolívia, um lugar que se distingue de tudo que vimos, com mansões, praças e um comércio atrativo para os endinheirados da capital. Excelente lição de vida.
Na bagagem não pude deixar de trazer algumas folhas de coca e uns saquinhos de chá bolivianos. Souvenires bem originais, mas isso abafa! rs... Pena que aqui em São Paulo não tem o mesmo efeito que lá.
Foi uma viagem muito engraçada, renovadora e que superou todas as minhas expectativas.
O mais engraçado era explicar aos bolivianos que trabalhavam no aeroporto, nossa ida para Bolívia justo no Carnaval, quando para eles, temos o melhor carnaval do mundo. Era certo também que carnaval, para eles, era sinônimo de libertinagem e mulheres peladas andando no meio da rua. Até tentei explicar e convencer um boliviano, de que estávamos fugindo do agito do carnaval do Brasil, mas logo fui surpreendida com a resposta: Podemos indicar alguns conventos por aqui....piada!
Fizemos a primeira parada em Santa Cruz de la Sierra, o tempo ainda estava quente. Porém, uma hora depois, ao chegarmos à capital, já estava 11C . Já sentia a sensação da altitude andina, falta de ar e olhos bem vermelhos. Pegamos um taxi, e logo pelo caminho já vi imagens bem inusitadas, como o louco transito boliviano, pessoas dançando na rua e morros e mais morros. A cidade ocupa um vale e a visão é surpreendente. Ficamos hospedados no Hotel Sagarnaga, bem no centro turístico de La paz. Lá, o carnaval é muito ingênuo e engraçado: homens e crianças, saem às ruas e lançam jatos de água e espuma entre as pessoas que estão na rua. Uffa, que não fui alvo, mas a Cris e o Rolf não escaparam da brincadeira. As pessoas também aproveitavam os dias de folga e bebiam até cair na sarjeta, literalmente! Era hilário o número de homens e mulheres sendo carregadas no meio da rua!
No primeiro dia de passeio, ficamos no centro, e pudemos conhecer a plaza Murilo, ao Mercado de las Brujas (que vendiam filhotes de lhamas empalhados), a culinária boliviana como a carne de lhama, além do mirador Killi Killi. Otimos pontos turísticos! A noite, fomos caminhar um pouco pelas redondezas (já que os funcionários do hotel, nos recomendaram cuidado naquela região, pois era visada pelo concentração de turistas), e buscamos algo para comer. Nos deparamos com uma lanchonete até que agradável, e pedimos umas empanadas e bebidas. Estaria tudo perfeito se não fosse a inusitada bebida: Sprite e Coca, ou melhor, ÁGUA e Coca com água. Tomei um gole da minha Sprite que estava numa garrafa de vidro, (que por sinal, veio já aberta), e gritei pasma: "É água!". Meus companheiros não quiseram acreditar, até provarem....que tosco! Lógico que reclamamos com o dono do bar que culpou o pobre caminhão que distribui os engradados....É, lá não se podia confiar nas garrafas, por isso depois desse incidente só pedíamos bebidas em latinhas.
No dia seguinte, depois do café da manhã a base de chá de coca, muito recomendado para suportar a altitude, (aliás, foi o que mais bebi na viagem para minimizar o mal estar), fomos de excursão para Copacabana e la Isla del Sol. Nosso guia Abraán, muito animado e não parava de falar durante a viagem, nos acompanhou ate Copacabana, quando tivemos que usar uma embarcação para atravessar o lago Titicaca (que mais parece um mar de tão grande), e chegar depois à Isla del Sol. Passeio indescritível!!! Com muita disposição do nosso guia, ele nos levou para escalar uma montanha da Isla até chegar as ruínas incas no meio da ilha...sensação de voltar no tempo, tudo muito lindo. O passeio durou algumas horas e muito pouco ar, pois o ritmo era muito acelerado para voltarmos com a embarcação que nos esperava no horário, só aventura! Tudo valeu a pena e nem dei credito ao mal estar que passei depois da viagem, minha cabeça parecia que ia estourar de tão dolorida que estava, mal conseguia abrir o olho...estava tão mal, que imaginava que o hotel não chegaria nunca. Ainda pegamos um táxi que aceitou levar todos nós (ao todo 6 pessoas) e chegamos no Sagarnaga as 22h, só tempo de se ajeitar e dormir.
O outro dia, já com as pilhas recarregadas pegamos outra excursão com a guia Teresa e partimos para Chacaltaya e o Valle de la Luna. Fui toda preparada para enfrentar a montanha de neve e subir os 5.300mts de altitude. Nosso meio de transporte foi a famosa "buceta", van popular boliviana e com um nome muito sugestivo...e depois de uma parada para mais umas folhas de coca, subimos rumo a Chacaltaya. Impressionante, a neve! Foi minha primeira vez e inesquecível! Escalamos a montanha, com um ritmo de velhos, a cada 5 passos parávamos para descansar e respirar. O ar era muito rarefeito e por isso, por sugestão da própria guia, fizemos nosso próprio ritmo. Mas a sensação de superar os limites e chegar nas nuvens, valeriam a pena. Chegamos no cume da montanha, exaustos mas com uma leveza tremenda de ter conseguido superar a altitude e a neve pelo caminho. Quando estávamos descendo, começou a nevar, pequenos floquinhos de neve começou a cair e a premiar nosso esforço. Fenomenal!!!
De la, partimos para o outro extremo da Bolívia, o Valle de la Luna. Um sitio arqueológico, de formações rochosas, clima muito seco e calor, totalmente oposto ao Chacaltaya, também, muito recomendado. Voltamos ao anoitecer ao hotel satisfeitos pelas experiências vividas naquele lugar mágico.
Já estávamos no nosso último dia de viagem. Era hora de voltar, no entanto, foram dias que valeram a pena, por termos encontrado tantas opções de passeios e descobrirmos um povo apesar de pobre, muito humilde, simpático e hospitaleiro. Saudades deixei por lá, mas tenho planos de retornar para conhecermos o Salar de Ayuni (deserto do sal), que tivemos que abortar dos nosso planos por causa do mau tempo que estava por lá. Bolívia, um país de extremos, precarização dos serviços públicos, gente trabalhadora, animada e religiosa. Lugar onde as mulheres (cholas) são mais fortes que os homens, pois sustentam a casa com trabalhos artesanais e no campo. A altitude divide as classes sociais, ou seja, quanto mais alto se mora, mais pobre é. O bairro de Miraflores é onde mora a classe A da Bolívia, um lugar que se distingue de tudo que vimos, com mansões, praças e um comércio atrativo para os endinheirados da capital. Excelente lição de vida.
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